"O ENCONTRO COM O OUTRO": Levantamento de cenas captadas do encontro de duas culturas por meio das múltiplas linguagens

 


"O ENCONTRO COM O OUTRO": Levantamento de cenas captadas do encontro de duas culturas por meio das múltiplas linguagens (Parte 1)

Por Ana Luíza Gois e Bruno Farias

 SINOPSE

O filme Xingu - baseado em uma história verídica - retrata as aventuras de três irmãos conhecidos como irmãos Villas-Bôas. São eles: Orlando, Cláudio e Leonardo. Buscando aventura e desbravamento, eles se alistam na missão Roncador-Xingu e se tornam memoráveis heróis por todos os seus bons feitos para a população indígena e sua cultura, incluindo a fundação de um parque ecológico, o Parque Nacional do Xingu. 

 CONTEXTO

O filme foi lançado oficialmente em 2012, embora tivesse sido estreado em 2011, na oitava edição do Amazonas Film Festival. Produzido por Andrea Ribeiro, Fernando Meirelles e Bel Berlinck; dirigido e roteirizado por Cao Hamburger, o longa-metragem narra os acontecimentos que marcaram as experiências dos irmãos Villas-Bôas, os quais decidiram viver uma grande aventura, engajando-se na expedição Roncador-Xingu, desbravando as terras do Centro-Oeste do Brasil.

Como já era de se esperar, os desbravadores passaram por situações de muita tensão; mas também participaram de cenas emocionantes e trágicas. Com pouco tempo, conseguiram estabelecer uma relação amistosa com aquele povo desconhecido, tornando o encontro, cada vez, mais amistoso.

          Provavelmente por suas aptidões, os irmãos Orlando (27 anos), Cláudio (25) e Leonardo (23), passam a liderar a expedição e, com seu espírito altruísta, tomam para si o desejo de defender os índios e a cultura daquele povo. A coragem, a determinação e a solidariedade peculiares aos Villas-Bôas contribuíram para que aquela expedição se tornasse um acontecimento sem precedentes na história. Dentre os seus empreendimentos, destaca-se a fundação do maior parque mundial (à época), o Parque Nacional do Xingu. E o mais importante: a luta pelas causas dos índios. 

             Os irmãos Villa-Bôas foram consagrados como heróis do Brasil, tendo em vista os seus grandes feitos. Não foi à toa que o filme alcançou um público de quase 400 mil pessoas.

A composição sonora foi de Beto Villares. Os atores que interpretam os três irmãos são Caio Blat, interpretando o irmão mais novo, Leonardo; Felipe Camargo, que interpretou o irmão mais velho, Orlando; e João Miguel, que figura como Cláudio. Aparentemente, o filme é narrado sob a perspectiva da personagem que interpreta Cláudio Villas Bôas.

No decorrer da primeira cena, podemos ver os irmãos Villas Bôas se inscrevendo para participar da "Marcha para o Oeste". Aos 2 min 22 seg percebemos a presença de pessoas de diversos Estados do Brasil.

Percebendo que a maioria daqueles homens que estavam sendo selecionados para as vagas eram analfabetos, e tinham experiência apenas com trabalho braçal, Cláudio e seu irmão Leonardo omitem suas profissões verdadeiras e assinam os documentos carimbando com o polegar. (2 min 53 seg).

Eles estão em um cenário onde predomina a caatinga, já que se trata do Mato Grosso, região Cento-Oeste do País. Logo depois, o cenário muda para um ambiente metropolitano (3 mim 46 seg), já que vai aparecer o terceiro irmão, Orlando Villas-Bôas.

Filme: Xingu
Ano: 2011
Diretor: Cao Hamburger

 

 

Cenas: marcação de tempo

Roteiro: (parte verbal)

 

Imagem

 

Parte Sonora

 

1ª Cena: momento em que os irmãos Villa-Bôas identificam a presença dos indígenas (6 min 54 seg)

 

Na primeira noite acampados na mata, os irmãos sentem as primeiras tensões daquele lugar. Eles ficam apavorados com o canto intimidador dos índios.

Passados sete minutos, podemos perceber as primeiras observações etnográficas. Cláudio aparece examinando uma flecha que ele havia encontrado. Em seguida, Leonardo, seu irmão, mostra-lhe uma borduna que ele também achou ali pelos arredores.
Leonardo parece amedrontado, pois a borduna é uma arma feita pelos índios para combates e rituais. Um desses rituais consiste em esmagar a cabeça do prisioneiro com a borduna, para que a tribo se alimente de seu cérebro.
Nessa ilustração de rituais antropofágico, você pode notar que um dos índios sustenta em seus ombros uma borduna. Que servia justamente para abater a vítima.

 

 



 

 

 

 

 

 

Os irmãos Villas-Bôas e os trabalhadores braçais estão acampados na mata e escutam barulhos. Um dos irmãos sugere que poderia ter sido rugidos de onças. Até que um dos trabalhadores explica que são os indígenas. Diante disso, todos se olham e levantam tensos, demonstrando medo e preocupação, tentando procurar algum modo de defesa.

Para enfatizar aquilo que mencionamos logo no começo desse texto, a respeito do narrador dessa trama, você irá notar que a voz de fundo do filme, aquela que vai comentando os acontecimentos no decorrer do filme, é a voz do ator que interpreta o Cláudio Villas Bôas. Ou seja, conhecemos a história a partir do seu ponto de vista.
 

 

2ª Cena: tentativa de ataque dos índios contra os desbravadores (8 min 59 seg)

 

Os irmãos sofrem uma primeira tentativa de ataque dos índios e efetuam disparos de arma de fogo para intimidar os índios, e funciona, pois os índios acabam regressando o ataque.

 


 

 

 

 

 

3ª Cena: Cláudio identifica uma armadilha. (10 min 25 seg)

Cláudio (que provavelmente, é o protagonista dessa história, pois, além de ter uma quantidade de falas maior, ele aparece mais vezes nas cenas em comparação aos outros personagens) aponta para o seu irmão, Orlando, uma armadilha feita pelos índios para pegar peixe.

 

 


 

 

 

4ª Cena: aparição dos índios às margens do rio. (11 min 30 seg)

Cláudio aponta para algo mais uma vez para que seus irmãos notassem, um grupo de índios que estavam nas margens desse rio.

 



 

 

 

5ª Cena: Ataque dos índios. (12 min 7 seg)

Eles se apavoram após aquele grupo de índios disparar flechas neles.

fica evidente que Cláudio conhece a cultura indígena, na cena em que, questionado por um de seus irmãos, ele pede apenas para esperar a reação daqueles índios. Não demorou, e os índios deram um sinal de que os visitantes poderiam se aproximar deles. 

 

 


 


 

 

 

6ª Cena: primeiro contato visual dos trabalhadores e primeira aproximação de dois dos irmãos com os indígenas.

Essa cena mostra o primeiro contato dos trabalhadores com os indígenas. Eles se observam de longe, até que Orlando e Cláudio arriscam uma aproximação. Tanto os trabalhadores quanto os indígenas demonstram curiosidade e medo com o encontro. Ao se aproximarem, os irmãos mostram que estavam em paz e apresentam algumas das iguarias e armas de defesa que traziam consigo.

 



 

 

 

 

7ª cena: aproximação amistosa

 

Com um pouco de confiança e segurança diante da presença dos desconhecidos, os indígenas apresentam a aldeia e o resto da sua tribo. As mulheres e crianças demonstram apreensão e curiosidade. Eles tocam os rostos dos irmãos Villas-Bôas, estranham suas vestes e observam curiosos os sapatos, óculos e relógios. A partir desse encontro mais próximo, a tensão e o estranhamento são superados por uma relação mais amistosa. Eles iniciam o primeiro ato de comunicação e entrosamento.



 


 


 

 

 

 

"O ENCONTRO COM O OUTRO": Levantamento de cenas captadas do encontro de duas culturas por meio das múltiplas linguagens (Parte 2)

Por Ana Luíza Gois e Bruno Farias


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